quarta-feira, 6 de julho de 2016

Consumo consciente - armadilhas #1

É provável que você já tenha consumido por impulso, por ânsia. Na psicologia, dizemos que o consumo de uma pessoa está intimamente relacionado aos seus anseios. E se por um minuto você pudesse imaginar que seus anseios não são necessariamente seus?

Calma! Eu posso explicar :)

Todos os dias somos bombardeados por revistas de moda e programas de tv com propagandas de produtos maravilhosos (sim, maravilhosos!), mas que nem sempre precisamos. Até aí, tudo bem. Depois você descobre que aquele produto faz parte de um estilo de vida que você talvez nem possa ter, mas que é bastante atraente. De repente, você também descobre que pessoas que parecem muito interessantes possuem e utilizam aquele produto, falam sobre ele. 

Foi disparado o gatilho mental e você nem percebeu. A indústria que dita o que nós devemos consumir consegue fazer com que tenhamos uma espécie de relação emocional com os produtos ou marcas. Por exemplo: digamos que você tenha um filho e, obviamente, deseja o melhor para ele. Se uma empresa oferece uma marca de fraldas que diz ser confortável e de confiança por estar há muitos anos no mercado, mas o produto é um pouco mais caro do que outras marcas que não passam tanta confiança assim, o que você prefere? Pagar mais caro em um produto dito de "maior qualidade" ou "de confiança" ou testar um produto novo, mais barato e arriscar?

A questão é que poucos consumidores estão dispostos a arriscar. Correr riscos, principalmente no que se refere a dinheiro, não é algo que as pessoas normalmente façam com facilidade. Quando uma marca consegue associar aos seus produtos valores como qualidade e confiança, por exemplo, é mais provável que você pague mais caro no produto, mesmo sabendo que há outros de mesma natureza na prateleira ao lado. Você praticamente não escolhe, alguém já escolheu para você.

É aí que ocorre uma compra que muitas vezes não é consciente. Consumimos o que achamos que é melhor, e não necessariamente aquilo que de fato precisamos.

Outra forma de incentivar o consumo e que é muito utilizada pelas lojas é a famosa promoção ou liquidação. Já me aconteceu uma vez de comprar seis pares de sapatos numa mesma loja e tudo o que eu estava procurando era uma sapatilha preta, simples, que nem era tão urgente assim. 

É, eu cometi uma loucura, comprei por impulso e acabei levando muito mais do que o que precisava. A loja prometia descontos cada vez maiores para quem comprasse mais pares de sapatos. A armadilha estava no fato de que quando eu já tinha entrado na loja, já tinha provado o sapato e já estava decidida a comprar, o vendedor informou que o desconto só se aplicava no segundo par de sapatos. 

Esse tipo de situação conta também com o fator constrangimento. Isso mesmo, constrangimento! Inconscientemente o consumidor se vê constrangido de não poder levar o produto que queria, principalmente depois de já ter provado e decido comprar. Nesta situação eu pensei: "ok, vou levar mais um par e pegar o desconto". 

Depois o vendedor informou que o desconto era bom para o caso de eu levar dois pares de sapatos, mas não era tão atraente quanto o desconto que eu ganharia se levasse três pares! Daí já viu, gastei mais do que deveria. Neste momento, o foco da minha compra já nem era mais a tal sapatilha simples que eu queria. 

Essa é uma outra armadilha que o consumidor pode cair no momento de fazer compras. Você já pensou em quantas vezes passou por situações similares?

Espero que consiga pensar um pouco sobre consumo e sobre as armadilhas nas quais já pode ter caído na hora de uma compra. Em breve devo escrever novo post sobre as armadilhas nas quais acabamos caindo na hora de consumir. Até lá!

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